A Linguagem Educativa Castrense Baseada Em Ícones Da História Militar

Autores

  • Tania Regina Pires de Godoy Academia da Força Aérea - AFA Pirassununga/SP - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22480/revunifa.2011.24.715

Palavras-chave:

Brasil, Educação castrense, Ensino de História Militar, Identidade militar

Resumo

Nas instituições castrenses de formação da oficialidade militar brasileira, percebemos uma série de ícones (bustos de militares ilustres, armas, aviões) que se tornam monumentos educativos para efetivar o pensamento e o comportamento que cada Força pretende imprimir em seus discentes. Este trabalho apresentará alguns destes elementos existentes nas três Escolas de formação de oficiais militares – Escola Naval, Academia Militar das Agulhas Negras e Academia da Força Aérea – suscitando algumas reflexões quanto à importância da História na linguagem do monumento, como um construto educativo cotidiano praticado no interior destas instituições escolares para se consolidar uma identidade profissional pretendida aos futuros líderes das Forças Armadas brasileiras. A fundamentação teórico-metodológica está calcada nos autores clássicos do pragmatismo educacional, que inspirou reformas escolares nos Estados Unidos no final do século XIX e nas primeiras duas décadas do século XX e reformadores brasileiros que instituíram o movimento escolanovista nos anos 1920. Os autores apresentados apontam o utilitarismo presente nas ações educativas, o que sinaliza a realidade cotidiana das três Escolas de formação de oficiais no Brasil, empregando como um dos elementos o aporte da História para constituir seu universo educativo. As descrições aqui apresentadas partem de experiência de campo em visita à Escola Naval e à Academia Militar das Agulhas Negras.

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Publicado

2011-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

A Linguagem Educativa Castrense Baseada Em Ícones Da História Militar. Revista da UNIFA, Rio de Janeiro, v. 24, n. 29, 2011. DOI: 10.22480/revunifa.2011.24.715. Disponível em: https://revistadaunifa.fab.mil.br/index.php/reunifa/article/view/715.. Acesso em: 19 set. 2024.

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