Revisão dos principais guidelines publicados de validação transcultural para a tradução, adaptação e validação de questionários

Resumo

As queixas musculoesqueléticas, como dor, incômodo, desconforto, rigidez, formigamento ou dormência, são comuns e têm alta prevalência global e estão associadas à redução do desemprenho profissional, resultando em absenteísmo e declínio da qualidade de vida. Tal impacto afeta, especialmente, pilotos militares de aeronaves de combate e helicópteros de rotor, devido à exposição prolongada a condições de voo que causam fadiga muscular e aumentam o risco de lesões da coluna. A monitorização dessas queixas em aviadores das Forças Armadas é complexa, havendo carência de ferramentas de vigilância confiáveis para esse registro.  O questionário “University of Canberra Fast Jet Aircrew Musculoskeletal Questionnaire” (UC-FJAMQ), criado para pilotos de caça da Força Aérea Australiana foi desenvolvido para identificar queixas em pilotos de caça da Força Aérea Australiana, apresentando  validade e sólida robustez psicométrica, superando métodos convencionais de vigilância de lesões. Tal instrumento foi escolhido para ser adaptado transculturalmente para pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB). O presente estudo objetiva revisar artigos de guidelines sobre adaptação transcultural de questionários e abordar semelhanças e controvérsias de diferentes etapas desse processo. A metodologia incluiu busca em bases de dados MEDLINE, LILACS, SciELO e Google Scholar, usando como descritores “cross-cultural” AND “adaptation OR translation OR validation” AND “instruments OR questionnaires” AND “guideline”. Foram identificados 150 artigos e selecionados três guidelines para adaptação transcultural de instrumentos: Beaton et al. (2000), Reichenheim e Moraes (2007) e Sousa e Rojjanasrirat (2011). As diretrizes mostram semelhanças, mas diferem em aspectos específicos, como discussões com especialistas e população alvo para garantir equivalência.