A evolução de paradigmas nas investigações de ocorrências aeronáuticas
DOI:
https://doi.org/10.22480/revuinfa.%25y.v28.440Resumo
Com o avanço das ciências aeronáuticas, novas teorias sobre investigação de acidentes aéreos tornaram-se necessárias para explicar e promover a prevenção destas ocorrências. As teorias que procuram explicar os processos envolvidos nos acidentes aeronáuticos sofreram evoluções, de acordo com as diferentes realidades e desenvolvimento da aviação nas diversas épocas, porém não houve uma ruptura total. Heinrich (1931) publicou a teoria da causa única, com a existência de uma ação insegura próxima ao acidente que deveria ser impedida para que não ocorresse o dano. Esse pensamento foi representado pelo modelo do dominó e foi muito importante no surgimento das teorias seguintes. Reason (1997) desenvolveu a teoria das causas múltiplas, representada pelo modelo do queijo suíço. Segundo essa teoria, nas organizações, há condições latentes que atuam nas vulnerabilidades das defesas e, quando alinhadas e associadas a uma falha ativa, provocam o acidente. Como resultado da evolução de paradigmas nas investigações de ocorrências aeronáuticas, atualmente, os aspectos organizacionais são considerados nos processos de investigação e nos programas de prevenção de acidentes aeronáuticos, assim como na identificação de perigos ou ameaças. Esse conceito fundamenta o gerenciamento do risco, mantendo-o dentro de um nível aceitável e compatível com o desenvolvimento da atividade aérea. Essas evoluções de paradigmas nos processos de segurança de voo foram analisadas à luz da teoria das revoluções científicas de Kuhn (1991), através de pesquisa descritiva de dois tipos: a bibliográfica, consultando-se fontes teóricas como artigos científicos, livros, dicionários e periódicos, e a documental.
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