Promessas e Realidades da Guerra Aérea Remota:
diagnóstico global e o cenário de Portugal
DOI:
https://doi.org/10.22480/revunifa.2012.25.695Palavras-chave:
Sistemas Aéreos Não Tripulados, Poder Aéreo, Guerra Remota, PortugalResumo
Os sistemas aéreos não tripulados (UAS na sigla em inglês) desafiam o paradigma dominante da aviação tripulada provocando alterações na forma e letalidade do combate, na identidade do combatente e na experiência da própria guerra. A introdução de uma capacidade na guerra que faz perspetivar um futuro onde o combate seja desumanizado e conduzido de forma remota e autônoma terá impactos profundos no fenómeno da conflitualidade hostil. A guerra remota traduz a dupla implicação moral do aumento da distância e da remoção do risco do duelo humano. Confirma a tendência histórica de aumento do afastamento físico entre os combatentes, mas acompanha-a com uma desconexão psicológica. Verifica-se uma ampliação da liberdade de manobra política, antecipando se uma maior apetência para fazer a guerra e uma alteração do relacionamento do Estado e da sociedade. A avaliar pela aceleração do ritmo tecnológico, a expansão destes sistemas a outras competências aéreas e a sua proliferação no espaço de batalha, somos levados a aceitar que estamos perante uma Revolução nos Assuntos Militares com implicações épicas, transversais à natureza da conflitualidade hostil, à qual Portugal não se pode alhear. Considerando a especificidade geográfica e geopolítica de Portugal, assim como o emprego do poder aéreo nacional em futuros cenários híbridos e ambientes assimétricos, é fundamental equacionar o emprego de UAS nas áreas de defesa e de segurança.
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