Doutrina de defesa do litoral aplicada na autodefesa de superfície de bases aéreas no Brasil

Autores

  • Carlos Alberto Santos Bastos Curso de Comando e Estado-Maior, Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica, ECEMAR, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Fernando Vitor da Silva Neves Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica, ECEMAR, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22480/revunifa.2024.37.632

Palavras-chave:

Guerra anfíbia, Autodefesa de superfície, Bases aéreas costeiras

Resumo

O objetivo geral do presente trabalho foi averiguar de que maneira a doutrina de defesa do litoral elaborada pela Força Terrestre contribui para o planejamento da autodefesa de superfície de bases aéreas costeiras no Brasil. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa aplicada, exploratória, qualitativa e quantitativa, com coleta de dados nas formas documental, bibliográfica e por levantamento. Primeiramente, foram identificadas, nos documentos doutrinários do Exército Brasileiro, as características específicas de maior relevância para o planejamento de operações defensivas litorâneas, representadas pela flexibilidade, mobilidade, integração, tática de “defesa da posição” e forte resistência na praia. Em seguida, a importância desses fatores foi confirmada, após serem comparados com os princípios de guerra anfíbia defendidos por Gatchel, Clausewitz, Jomini, Corbett, Gorshkov e Furse, cujas obras foram tomadas como referencial teórico dessa pesquisa. Os fatores foram submetidos, por meio de um questionário, à percepção dos oficiais de Infantaria da Aeronáutica, que são os responsáveis pela elaboração dos planos de autodefesa de superfície das OM da FAB. Todos os aspectos da doutrina de defesa do litoral foram considerados fatores que contribuem para o planejamento da autodefesa de superfície de bases aéreas costeiras. Os planos de autodefesa das unidades costeiras da FAB foram consultados e não continham, especificamente, a hipótese de emprego de ações de defesa do litoral. A diferença entre os fundamentos teóricos e os procedimentos constantes nos planos demonstrou que a doutrina de defesa do litoral tem o potencial de prover melhorias e contribuir para as ações defensivas das unidades litorâneas da FAB.

Biografia do Autor

  • Carlos Alberto Santos Bastos, Curso de Comando e Estado-Maior, Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica, ECEMAR, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

    O autor é Oficial da Força Aérea Brasileira, do Quadro de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica, atualmente no posto de Tenente-Coronel. É Bacharel em Ciências Militares com habilitação em Infantaria da Aeronáutica (2004) pela Academia da Força Aérea (AFA) e bacharel em Análise de Sistemas pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Planejamento e Gestão Estratégicos pela Fundação Getúlio Vargas (2022). Atualmente é oficial-aluno do Curso de Comando e Estado-Maior da Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (ECEMAR).

  • Fernando Vitor da Silva Neves, Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica, ECEMAR, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

    Oficial da Força Aérea Brasileira desde o ano de 1998, do Quadro de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica, atualmente no posto de Tenente-Coronel. É Mestre em Ciências Aeroespaciais pela Universidade da Força Aérea (2021), Bacharel em Ciências Militares com habilitação em Infantaria da Aeronáutica (2001) pela Academia da Força Aérea (AFA), Tecnólogo em Gestão de Micro e Pequenas Empresas (2013) e Bacharel em Administração (2018), ambas pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Especialista em Planejamento e Gestão Estratégicos pela Fundação Getúlio Vargas (2021). Atualmente serve na Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (ECEMAR) onde exerce a função de Adjunto da Seção de Planejamento e Orientação Pedagógica, além de instrutor do Departamento de Poder Militar, ministrando a disciplina Autores Clássicos e Modernos para o Curso de Comando e Estado-Maior.

Referências

ALLEN, I. E.; SEAMAN, C. A. Likert scales and data analyses. Quality Progress Magazine, v. 40, n. 7, p. 64-65, jul. 2007. Disponível em: https://www.bayviewanalytics. com/reports/asq/likert-scales-and-data-analyses.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.

BARBETA, P. A. Estatística aplicada às ciências sociais. 8. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2012.

BOONE JR, H. N.; BOONE, D. A. Analyzing likert data. The Journal of Extension, Morgantown, v. 50, n. 2, p. 48, abr. 2012. Disponível em: https://tigerprints.clemson.edu/cgi/ viewcontent.cgi?article=2868&context=joe. Acesso em: 25 abr. 2023.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Comando de Preparo. Portaria COMPREP nº 65/COMPREP, de 8 de maio de 2020. Aprova a edição do manual que dispõe sobre “Autodefesa de Superfície” (MCA 125-17). Boletim do Comando da Aeronáutica, Brasília, n. 81, 13 mai. 2020.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Comando de Preparo. Portaria COMPREP nº 2.192/SPOG-50, de 31 de maio de 2023. Aprova a reedição da "Coletânea de Normas Operacionais do Sistema de Segurança e Defesa sobre Procedimentos" (NOSDE/PRO). NOSDE/PRO/221B - Plano de Segurança Orgânica e Defesa (PSOD). Boletim do Comando da Aeronáutica, Brasília, n. 101, 02 jun. 2023.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Portal do Militar: Tico-Tico. 2023. Disponível em: https://apl1.sti.fab.mil.br/ portal/faces/ticotico.xhtml. Acesso em: 25 abr. 2023.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Portaria nº 340/GC3, de 13 de março de 2020. Aprova a reedição da Diretriz que dispõe sobre a “Segurança e Defesa no Comando da Aeronáutica” (DCA 205-4). Boletim do Comando da Aeronáutica, Brasília, n. 44, 17 mar. 2020.

BRASIL. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres. Portaria - COTER/C Ex nº 181, de 13 de junho de 2022. Aprova o Manual de Campanha EB70-MC-10.253 A Força Terrestre na Defesa do Litoral, edição experimental, 2022, e dá outras providências. Boletim do Exército, Brasília, n. 25, 24 jun. 2022.

BRASIL. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres. Portaria nº 126-COTER, de 8 de novembro de 2018. Aprova o Manual de Campanha EB70-MC-10.228 A Infantaria nas Operações, 1ª Edição, 2018, e dá outras providências. Boletim do Exército, Brasília, n. 50, 14 dez. 2018.

BRASIL. Exército Brasileiro. Comando de Operações Terrestres. Portaria nº 51 COTER, de 8 de junho de 2017. Aprova o Manual de Campanha EB70-MC-10.223 Operações, 5ª Edição, 2017. Boletim do Exército, Brasília, n. 25, 23 jun. 2017.

BRASIL. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. Portaria nº 001 EME, de 5 de janeiro de 2015. Aprova o Manual de Campanha EB20-MC-10.203 Movimento e Manobra, 1ª Edição, 2015. Boletim do Exército, Brasília, n. 2, 09 jan. 2015.

BRASIL. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. Portaria nº 122-EME, de 20 de novembro de 1998. Aprova as Instruções Provisórias IP 31-10 - Operações Contra Desembarque Anfíbio, 2ª Edição, 1998. Boletim do Exército, Brasília, n. 48, 27 nov. 1998.

BRASIL. Ministério da Defesa. Portaria Normativa nº 84/GM-MD, de 15 de setembro de 2020. Aprova a Doutrina de Operações Conjuntas – MD30-M-01/Volumes 1 e 2 (2ª Edição/2020). Diário Oficial da União, Brasília, n. 178, 15 set. 2020.

CLAUSEWITZ, C. V. On war. Tradução de J.J. GRAHAM. 1 ed. Londres: Kegan Paul, Trench, Trübner, 1874.

COCHRAN, W. G. Sampling techniques. 2. ed. New York: John Wiley and Sons, 1963.

CORBETT, J. S. Some principles of maritime strategy. 1 ed. Londres: Ams Press, 1911.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Department of the Navy. U.S. Naval War College. Theodore Gatchel. 2021. Disponível em: https://www.choices.edu/scholar/theodore-gatchel/. Acesso em: 20 mar. 2023.

FURSE, G. A. Military expeditions: Beyound The Seas. 1 ed. Editora: Hansebooks, 1897.

GATCHEL T. L. At the water’s edge: defending against the modern amphibious assault. 2. ed. Annapolis: Naval Institute Press, 2013.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2022.

GOOGLE INC. Google Maps. 2023. Disponível em: https://www.google.com.br/maps/. Acesso em: 26 mai. 2023.

GORSHKOV, S.G. The sea power of the state. Tradução de Central Intelligence Agency (CIA) – EUA. Langley, McLean: CIA, 1980.

ISRAEL, G. D. Determining sample size. Florida University, 1992. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Subhash-Basu3/post/how_could_i_

determine_sample_size_for_my_study/attachment/5ebaa4924f9a520001e613b6/AS:890361492811785@1589290 1305 39/download/samplesize1.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.

JOMINI, A. H. The art of war. 1 ed. Tradução de G.H. MENDELL e W.P. CRAIGHILL. Westport: Greenwood Press, 1971.

JÜNI, P.; ALTMAN, D. G.; EGGER, M. Systematic reviews in health care: assessing the quality of controlled clinical trials. British Medical Journal, Londres, v. 323, p. 42-46, jul. 2001. Disponível em: https://www.academia.edu/download/6313052/quality_of_controlled_clinical_trials.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.

MALHOTRA, N.K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

SAAB. RBS 70. 2023. Disponível em: https://www.saab.com/pt-br/markets/brasil/solucoes/ terra/rbs-70. Acesso em: 24 abr. 2023.

ULBRICH, D. J. The best books on storming enemy beaches during amphibious assaults. Shepherd, 2023. Disponível em: https://shepherd.com/best-books/storming-enemy-beaches-during-amphibious-assaults. Acesso em: 29 mai. 2023

Downloads

Publicado

2024-03-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Doutrina de defesa do litoral aplicada na autodefesa de superfície de bases aéreas no Brasil. Revista da UNIFA, Rio de Janeiro, v. 37, p. 1–27, 2024. DOI: 10.22480/revunifa.2024.37.632. Disponível em: https://revistadaunifa.fab.mil.br/index.php/reunifa/article/view/632.. Acesso em: 4 dez. 2024.

Artigos Semelhantes

1-10 de 432

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.