Avaliação da aerocinetose em cadetes da Aeronáutica brasileira

Autores

  • Márcia Maria de Freitas Dias Voltolini Academia da Força Aérea - AFA Pirassununga/SP - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22480/revunifa.2013.26.576

Palavras-chave:

Cinetose, Militares, Enjoo em voo, Prevalência

Resumo

O objetivo desta pesquisa foi investigar a prevalência de cinetose entre os estudantes de aviação da Aeronáutica brasileira em Pirassununga, estado de São Paulo, sua busca por tratamento médico e a influência dos sintomas no seu desempenho. Para tanto, foi realizado um estudo transversal de prevalência, baseado em um questionário criado pelo pesquisador.  Em seguida, os dados foram tabulados e analisados de forma confidencial. O número de cadetes avaliados foi de 105. Sua idade média foi de 20 anos, sendo a maioria do sexo masculino (97%). O pequeno número de mulheres não permite inferir comparação entre os sexos. O número de indivíduos com diagnóstico de cinetose foi 46 (43,8%), enquanto em estudos internacionais varia de 10% a 39%. As acrobacias foram as manobras mais provocativas, citadas por 28 dos 46 cadetes. Dos 46 cadetes afetados, 45,6 (n=21) negaram interferência dos sintomas no desempenho, 26,1% (n=12) relataram que seu desempenho foi afetado em uma missão, 13% (n=6) em duas missões, 4,4% (n=2) em três missões, 8,7% (n=4) em quatro ou mais missões e 2,2% (n=1) em todas as missões, corroborando estudos prévios de queda de desempenho provocada pela cinetose. Dos cadetes com sintomas de cinetose, 58,7% (n=27) procuraram assistência médica após a crise, mas apenas 30,4%(n=14) realizaram algum tipo de tratamento. Verificou-se, com isso, uma prevalência de cinetose entre os cadetes brasileiros discretamente maior que a encontrada nos estudos internacionais. A maioria deles não realizou tratamento especializado, apesar de seu desempenho ser prejudicado durante sua rotina de voos.

Referências

ACROMITE, M. et al. Operational applications of autogenic feedback training exercise as a treatment for airsickness in the military. In: WIML-NASA Workshop, 2011, Warsaw, Poland. [Anais…], Warsaw, Poland, 2011, p. 29.

ARMSTRONG, H. G. Aerospace medicine. Baltimore: Williams & Wilkins, 1961.

BAGSHAW, M. et al. The desensitisation of chronically motion sick aircrew in the Royal Air Force. Aviation, Space, and Environmental

Medicine, Alexandria, VA, USA. v. 56, n. 12, p. 1144, 1985.

BENSON, A. J.; STOTT, J. R. R. Motion Sickness. In: RAINFORD, D. J.; GRADWELL, D. P. (Ed). Ernsting`s aviation medicine. 4th ed. London:

Hodder Arnold, 2006.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Academia da Força Aérea. Currículo escolar: curso de formação de oficiais aviadores. Pirassununga, 2012.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Academia da Força Aérea. Manual de Procedimentos.Pirassununga, 2013.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Instruções específicas para o exame de admissão aos cursos de formação de oficiais aviadores,

intendentes e de infantaria da Aeronáutica do ano de 2011. Brasília, DF, 2010.

CEVETTE, M. J. et al. Oculo-vestibular recoupling using galvanic vestibular stimulation to mitigate simulator sickness. Aviation, Space, and

Environmental Medicine, Alexandria, VA, USA. v. 83, n. 6, p. 549-555, 2012.

GILES, D. A.; LOCHRIDGE, G. K. Behavioral airsickness management program for student pilots. Aviation, Space, and Environmental

Medicine, Alexandria, VA, USA. v. 56, n. 10, p. 991, 1985.

GORDON, C. R. et al. The effects of dimenhydrinate, cinnarizine and transdermal scopolamine on performance. Journal of Psychopharmacology, v. 15, n. 3, p. 167-172, 2001.

GRAYBIEL, A. et al. Diagnostic criteria for grading the severity of acute motion sickness. Aerosp Med, Washington, DC, v. 39, n. 5, maio

, p. 453-455.

LEVINS, T. T. Air sickness in flight: frequency and factors. Air Medical Journal, v. 22, n. 1, p. 26-27, 2003.

LUCERTINI, M.; LUGLI, V. The Italian Air Force rehabilitation programme for air-sickness. Acta Otorhinolaryngol Ital, v. 24, p. 181-187, 2004.

LUCERTINI, M. et al. Effects of airsickness in male and female student pilots: adaptation rates and 4-year outcomes. Aviation, Space, and

Environmental Medicine, Alexandria, VA, USA. v. 79, n. 7, p. 677-684, 2008.

MATSANGAS, P. The effect of mild motion sickness and sopite syndrome on multitasking cognitive performance. 2013. 120 f. Dissertação

(Doctor of philosophy in modeling, virtual environments, and simulation)-Naval Postgraduate School, Monterey, CA, 2013.

PARMET, A. J., ERCOLINE, W. R. Spacial orientation in flight. In: DAVIS, J. R. et al (Org.). Fundamentals of aerospace medicine. 4th ed.

Philadelphia: Wolters Kluwer; Lippincott; Williams & Wilkins, 2008.

PERSSON, R. Motion sickness in tilting trains: description and analysis of the present knowledge. Stockholm: VTI, 2008.

RASHEDIN, L. et al. Motion sickness in student pilots of Bangladesh Air Force Academy: a study of 80 cases. Sleep, v. 5, p. 25, 2009.

REBÊLO, K. F.; VIEIRA, D. F. C.; PINTO, R. M. N. Vertigem em aeronavegação. In: CALDAS, N.; DUPRAT, A. (Org.). Tratado de Otorrinolaringologia. São Paulo: Roca, 2003. v. 2, cap. 44, p. 486-495.

SCHMÄL, F. Neuronal mechanisms and treatment of motion sickness. Pharmacology, v. 91, n. 3-4, p. 229-241, 2013.

SHUPAK, A. GORDON, C. R. Motion sickness: advances in pathogenesis, prediction, prevention, and treatment. Aviation, Space, and

Environmental Medicine, Alexandria, VA, USA. v. 77, n. 12, p. 1213–1223, 2006.

Downloads

Publicado

2013-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Avaliação da aerocinetose em cadetes da Aeronáutica brasileira. Revista da UNIFA, Rio de Janeiro, v. 26, n. 33, 2013. DOI: 10.22480/revunifa.2013.26.576. Disponível em: https://revistadaunifa.fab.mil.br/index.php/reunifa/article/view/576.. Acesso em: 22 dez. 2024.

Artigos Semelhantes

51-60 de 285

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.